Reitor da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Luís Eduardo Bovolato é graduado em Geologia pela UFMT, com mestrado e doutorado em Geo­grafia pela Unesp, e especialização em Geociências pela Uni­camp e MBA em Gestão Em­presarial, pela FGV.

Paulista do município de Presi­dente Prudente (SP), Bovolato migrou para o Tocantins em 1989, para trabalhar como geólogo da Companhia de Cimentos Portland Itaú, subsidiária do grupo Vo­torantim, que pretendia explorar uma jazida de minério e construir uma fábrica de cimento.

Exerceu o cargo de superintendente regional do Serviço Social da Indústria do Estado do Tocantins e ingressou no quadro de servidores da UFT em 2003. Exerceu o cargo de diretor do campus de Araguaína de 2008 a 2016. Foi eleito reitor em 2018, sendo reconduzido ao cargo em 2021, para mais quatro anos à frente da instituição.

Nesta entrevista exclusiva ao Jornal Opção Tocantins, Bovolato expõe sobre sua trajetória, implantação de projetos relevantes para a vida acadêmica, desafios enfrentados  pela gestão, como também, seu legado à frente da instituição.

Vamos abrir nossa entrevista abordando a parceria da UFT com o governo do Estado do Tocantins, inclusive, com o objetivo de apoiar a qualificação técnica dos estudantes e recém-egressos da universidade por meio de atividades de ensino, pesquisa, extensão e treinamento prático. Como vai funcionar esse Acordo de Cooperação Técnica?

Sim, nós formalizamos com o Naturatins um termo neste sentido. Na verdade, temos outros protocolos com o Naturatins. Em síntese, o objetivo do trabalho é que o núcleo e os professores envolvidos, além dos estudantes, fazerem trabalhos com comunidades tradicionais, focada na região do Jalapão, porque o Naturatins está envolvido nessa questão. Os estudos ocorrem em unidades de conservação, em parques, etc.

Temos um certo trânsito nessas localidades, junto com órgãos de fiscalização, neste caso, o próprio Naturatins.

Quando as pesquisas ocorrem numa área federal, a parceria se dá com o Ibama. O objetivo de celebrar este acordo é que, parte desse trabalho, é feito como forma de orientação nessas pequenas localidades, comunidades tradicionais, que recebem orientações em relação ao melhor desempenho econômico. Visamos, neste caso, implantar as melhores práticas, desde a agricultura familiar, até a questão do extrativismo, mais especificamente em relação aos manejos do capim dourado na região do Jalapão, município de Mateiros.

O crescimento e expansão da UFT, ao longo dos anos, sempre esteve muito atrelado a destinação de emendas parlamentares por parte da bancada federal. Atualmente, como é a relação da sua gestão com os deputados e senadores em exercício?

Sempre mantivemos um bom diálogo com toda a bancada, senadores e deputados e, talvez, o fato de eu não ter uma filiação partidária ajuda muito. Por ser uma universidade pública, a abertura do diálogo – independente da bandeira política partidária ou questões ideológicas – transitamos e conversamos muito bem com todos eles, porque as solicitações são para o crescimento da universidade. Trata-se de uma instituição com 85% de estudantes provenientes da rede pública de ensino, com vulnerabilidade socioeconômica, enfim, estudantes pobres.

Logicamente, esse é um apelo que sensibiliza os parlamentares, aliado ao fato de que o orçamento das universidades públicas brasileiras – desde 2015 – vem na numa curva descendente. Mesmo com a mudança recente de governo, não conseguimos ainda recuperar os padrões de orçamento que  tínhamos há alguns anos atrás. Esse fato compromete, obviamente, toda a política de expansão da universidade, de investimento em novas estruturas e mesmo de manutenção daquilo que já existe.

Levo as demandas que a universidade tem pra todos os parlamentares e  faço visita nos gabinetes, que nos recebem muito bem, mas nem sempre todos aportam recursos.

É absolutamente natural, pelo volume das demandas que eles recebem também. Os parlamentares procuram priorizar suas bases eleitorais, isso é perfeitamente compreensível.

Destaco, entretanto, a Senadora Professora Dorinha, que sempre aporta, se não diretamente para investimento dentro da universidade, direciona para projetos que movimentam a universidade. Mais recentemente o deputado Ricardo Ayres aportou um volume significativo de recursos para projetos da área de saúde, que é o projeto do Hospital Universitário. O senador Eduardo Gomes, o deputado Carlos Gaguim, que apoiam muito a Universidade de Maturidade, um projeto de extensão que já tem quinze ou dezesseis anos. O ex-deputado Célio Moura aportou recursos também, durante seu mandato.  Enfim, a bancada – em seu conjunto – é simpática à universidade e tem colaborado na medida do possível. 

Sobre esse tema, com o curso de medicina avançando, é necessário a consolidação de um hospital universitário para esses acadêmicos…

Sim, há essa necessidade porque não temos um Hospital Universitário. Hoje, não só pelo crescimento do nosso curso, mas também pela presença de outros cursos de medicina das instituições privadas, ninguém tem hospital universitário. Por isso, todos competem nos mesmos espaços, que são públicos, no caso, hospitais da Secretaria Estadual de Saúde. Esse é um gargalo que compromete a qualidade da formação dos profissionais da área da saúde.

E qual é o atual andamento da construção desse hospital?

Tínhamos uma área que foi destinada pelo Estado e trabalhamos na estruturação do projeto. Chegamos até a licitar a obra em 2017. Trata-se de uma área de 48 mil m², localizada próximo ao Hospital do Amor.

Entretanto, como era uma obra grande, com grande volume de recursos, as empresas que participaram entraram em disputa e isso foi judicializado. Então, a primeira venceu, a segunda processou a primeira e isso foi parar no Supremo. Até o Supremo proferir uma decisão, passou o exercício para o outro ano e a ação orçamentária prevista deixou de existir. Quando houve o desfecho judicial, já não havia mais o recurso. Voltamos, infelizmente, à estaca zero.

Agora existe uma nova possibilidade que acho bastante razoável e sensata, que é o interesse da Prefeitura de Palmas em ser parceira do nosso projeto. A prefeita Cinthia Ribeiro manifestou interesse, porque também está sendo pressionada pelo Ministério Público para construir um hospital municipal.

Então, será uma comunhão de forças. O hospital universitário, embora tenha a UFT a frente, será um hospital para todo o Estado, como também, para as instituições privadas, que poderão utiliza-lo como um campo de prática e de aprendizado. Afinal, o que queremos? Profissionais da área da saúde, bem formados.

Em razão disso, toda a população acaba sendo beneficiada. Estamos conversando, articulando, procurando sensibilizar, inclusive, a bancada e o próprio governo do Estado, porque será bom para todo mundo. Não haverá competição com a rede privada, como alugns alegam, até porque isso vai ser bancado com recursos do SUS. A concepção de um hospital universitário é sua vocação para ser uma escola de formação mas, ao mesmo tempo, atender desde a baixa, até a alta complexidade. Enfim, o que os técnicos chamam de hospital “porta aberta”.

As conversas estão bem adiantadas, a gente está trabalhando para celebração de um termo, um instrumento jurídico para amarrar, até para não ficar vinculado ao gestor atual. As pessoas, mais dia ou menos dia, sairão dos cargos, tanto eu quanto a prefeita. Por isso, tem que ser um projeto, sem vincular pessoas.

Qual sua visão sobre a criação da UFNT? Assim como o Tocantins se desenvolveu para ao se separar de Goiás, talvez também isso possa ocorrer por lá. O seu sentimento é esse também?

Talvez seja necessário mais tempo para uma resposta mais clara em relação a isso. Trabalhei em Araguaína por muitos anos, eu entendi as razões que motivaram um grupo de professores a pensarem em ter uma universidade ou fazer essa separação. Creio que por conta das características ou vocação da região. Talvez o pessoal lá enxergasse que, havendo uma própria universidade, essa separação pudesse dar mais liberdade para que Araguaína e região pudessem explorar mais as suas vocações regionais. Por isso, ocorreu a criação da UFNT, a partir dos desmembramentos dos campus de Araguaína e Tocantinópolis. Na verdade, esse fato também é muito motivado por uma política do próprio MEC, do governo federal.

Na época, foram seis novas universidades criadas, num movimento semelhante. Mas a UFNT está caminhando, inclusive, a UFT ainda é tutora. Estamos auxiliando eles há quase quatro anos, ajudando na  implantação da UFNT. Eles já tem reitor, todos os estatutos, regimento e orçamento próprio.

Por tudo isso, creio que a cisão não foi ruim. Alguns anos atrás, estava em campanha eleitoral para reitor e me perguntaram se eu era favorável ou contrário a criação dessa universidade. Eu disse:

enquanto a gente estiver trabalhando para criação de universidade, eu estou dentro. É muito melhor que criar presídios. Então, é melhor que a gente tenha opções de instituições de ensino do que construir celas de aprisionamento. 

Há um indicativo de greve nas outras universidades federais do país.  Na gestão do senhor,  nunca houve greve. Contudo, existe essa possibilidade para a UFT?

As greves anteriores de docentes nas universidades federais afetaram diretamente o calendário. Com muito esforço, conseguimos equalizar e trazer o nosso calendário acadêmico coincidente com o ano civil. Isso é extremamente benéfico por uma série de razões.

A categoria de servidores administrativos nas universidades federais já estão no movimento de greve. Já a categoria de docentes, pouco se tem falado em relação à greve nas universidades federais. O sindicato que os representa, inclusive, ainda não abordou o tema. Creio que o cenário, no momento, não é favorável, embora haja uma questão salarial crítica da categoria, já há muito tempo sem recomposição.

Ainda mais crítico são os servidores técnicos administrativos, cuja remuneração é o grande fator motivador desse movimento nacional de greve.  Dentre os salários do executivo federal, a menor remuneração está hoje nas universidades. Por isso, não é atrativo, o salário está defasado, mas não acredito que a universidade vá parar por conta dessa questão.

Já em relação aos docentes, não há nenhuma movimentação nesse sentido, até porque, acredito que a grande maioria dos professores percebeu que uma greve nesse momento vai catalisar, ainda mais, a dificuldade que temos hoje de preenchimento das vagas oferecidas pela universidade. Excetuando o curso de medicina e direito, os demais cursos – não apenas aqui na UFT – estão com problemas de preenchimento das vagas ofertadas. Isso ocorre por uma série de razões que a gente tem discutido. o debate recorrente é o que fazer com o aluno retido, com a evasão e porquê o estudante não chega à universidade. Detectamos uma série de razões e ainda estamos tentando entender esse movimento.

Em relação ao Restaurante Universitário, houve uma reformulação, não é mesmo? Já está funcionando agora depois que iniciou o primiro semestre letivo de 2024?

Normalmente, no primeiro dia de aula o restaurante já está aberto e disponível para toda a comunidade acadêmica. Essa foi uma missão que a gente colocou e ao final da nossa gestão, teremos restaurantes e moradia em todos os campus. Isso é um avanço absurdo no que concerne a política de permanência em relação à assistência estudantil.

Entretanto, aconteceu uma excepcionalidade nesse ano, que foi motivo de muita contrariedade por parte dos estudantes. É natural que isso aconteça, mas o fato é que no caso do campus de Miracema, a empresa que explorava o serviço do restaurante avisou em cima da hora, quase na data do retorno das aulas, que não teria mais interesse em explorar o serviço.

Como entidade pública, diferente da iniciativa privada, tivemos que fazer um novo processo de licitatório, visando contratar outra empresa para explorar o serviço. Naturalmente, isso leva um tempo, tem uma certa morosidade.

O processo de licitação demorou um pouco para acontecer e houve um certo atraso. Por isso, até a homologação e o efetivo início dos serviços, vamos enfrentar a diferença de aproximadamente um mês entre o início das aulas e as atividades do restaurante.

Como alternativa, oferecemos para aqueles aluno vulneráveis acesso a um recurso para que o estudante possa então se alimentar em outros restaurantes, até o RU voltar a funcionar.

Uma das missões da universidade é essa criação de pontes entre a sociedade e o meio acadêmico. Como o Sr. vê essa integração da UFT com a sociedade em geral?

Observo que isso tem avançado. O principal caminho para que a gente possa fazer essa interlocução é através dos nossos projetos de extensão universitária, principalmente. Conseguimos maior interação com a sociedade, em projetos nas mais diferentes áreas do conhecimento. Isso tem avançado bastante nos últimos anos. Através dessa extensão e pequisa, posso garantir que a UFT está, praticamente, em todos os municípios do Tocantins. Há um esforço muito grande de aproximar a universidade do setor produtivo. Para isso, criamos no ano passado a Agência de Inovação.

Essa era a próxima pergunta, caro reitor…

Temos trabalhado muito nessa interação e estímulo ao fortalecimento e criação das empresas juniores, startups, incubadoras de empresas. Temos  feito pontes com setor produtivo e isso tem avançado bastante. De algum tempo para cá a universidade melhorou muito a comunicação, esse acesso. Precisamos aperfeiçoar ainda mais, logicamente, porque, na verdade, um mal das universidades públicas brasileiras, é se comunicarem de forma errada com a sociedade.

Um grande dilema das grandes universidades brasileiras, entre as quais a UFT, é a inteligência artificial. Na sua visão, contribui ou prejudica?

Os meses de fevereiro de cada ano é destinado às atividades de planejamento da UFT. A pró-reitoria de graduação organizou neste ano, uma programação que envolveu professores. São atividades basicamente de formação e nós batizamos esse mês “Inova UFT”. Iniciamos essas atividades em 2024 com uma palestra de um professor doutor do Rio Grande do Sul. Graduado em tecnologia da informação, especialista em educação e que trabalha com a utilização da inteligência artificial na educação.

Eu fiquei simplesmente impressionado com a exposição do que ele nos trouxe sobre a inteligência artificial. Aliás, impressionado e assustado ao mesmo tempo. Hoje, percebo que não tem como fugir disso.

A Inteligência Artificial hoje está no nosso cotidiano, em coisas que a gente nem sonha ou percebe. E mais: é algo que vai se intensificar. Por isso, temos que discutir no meio acadêmico e aprender a utilizar essas ferramentas da inteligência artificial de forma benéfica.

Trabalhamos com o tema, tivemos várias oficinas, para se familiarizar e conhecer, não tem como escapar disso. Por tudo isso, a inteligência artificial é uma realidade que as universidades precisam discutir.

Um projeto inovador e de bastante relevância é o “Canguçu Ciência”. Como é que funciona?

O Canguçu Ciência aproveita um canal de comunicação que nós já temos, que é a UFT FM, uma rádio que tem uma audiência muito boa, cuja grade de programação é de muita qualidade, não só do ponto de vista de programação musical, mas também de informações. Então, o Canguçu Ciência é mais um nesse formato. Acredito no potencial do rádio, mesmo com a ampla divulgação da internet ou televisão. O rádio ainda é um meio de comunicação muito acessado. Assim sendo, vamos utilizar a UFT FM como um canal de entretenimento e informação de qualidade.

O Canguçu Ciência tem por objetivo entrevistar, trazer bate-papo com pesquisadores de diferentes áreas. É uma tentativa de popularização da ciência, levando a informação científica com uma linguagem mais simples, acessível sobre aquilo que a universidade desenvolve. Trata-se de um esforço institucional para essas informações cheguem à população.

Qual foi a linha de conduta da sua gestão em relação a inclusão social?

Atendemos à questão legal da lei de cotas, as universidades tem que estar atentas a isso, como também os PCDs, acho que é uma questão legítima. Tratava-se de um público que, historicamente, não tinha acesso às universidades públicas, mas hoje essa realidade mudou, isso é bacana. Ao mesmo tempo, há uma preocupação do ponto de vista de como nós iremos nos estruturar e estamos nos estruturando visando atender esse público.

Trata-se de um público que tem outra característica, que chega a universidade e precisa de ter um preparo, uma retaguarda para que possam permanecer na universidade e se sentirem acolhidos e construam uma trajetória de sucesso dentro da universidade.

É importante que esse público chegue à universidade. Apesar da questão da limitação orçamentária, aliado a própria questão da política nacional de assistência estudantil, há uma diversidade muito grande de pessoas que estão chegando à universidade com esses diferentes perfis. Outra questão também é nos preparar internamente, os docentes, os servidores e técnicos administrativas, para trabalharem com esse público.

Precisamos ter condições de receber melhor esse público e esse receber melhor nem sempre é o prédio porque, nas avaliações institucionais, a UFT sempre tira nota máxima. Possuímos ótimas estruturas físicas, mas precisamos nos preparar, porque no final, qual que é o maior patrimônio da universidade? Não são os prédios, não são os equipamentos. São as pessoas. Por isso, precisamos nos preparar bem para receber bem.

Seu mandato acaba em 2025. Qual é o legado até aqui e quais são suas perspectivas de futuro?

Estamos próximos de encerrar um longo ciclo. Em setembro de 2025 vence o prazo da nossa gestão. Ao final, serão nove anos de gestão, porque fiquei um ano na condição de vice em exercício, em razão dos problemas de saúde e, depois, lamentavelmente, pelo o falecimento da professora Isabella.

Talvez tenhamos enfrentado os momentos mais difíceis das universidades públicas brasileiras. Experimentamos mudanças de governo e um declínio extremamente drástico dos investimentos nas universidades públicas. Tivemos um governo anterior muito pouco simpático as universidades. Acredito que mais por contaminação de quem estava no entorno, porque aqui dentro da universidade, há uma grande mistura de direita e de esquerda, assim como é no Congresso Nacional.

Embora o governo anterior não ter sido muito simpático às questões da universidades federais, conseguimos transitar bem durante esse período e não tivemos problema. Depois, veio a pandemia e tivemos que nos adaptar. Veio o “teletrabalho” e as mudanças da relação de ensino-aprendizagem, a lida diária com estudantes. Embarcamos na tecnologia para, enfim, superar esse momento.

Foram, portanto, uma série de situações que trouxeram muitas dificuldades para as universidades e, talvez pelo perfil ou a forma de condução, eu penso que a Universidade de Federal de Tocantins conseguiu ultrapassar e passar por esse período de uma forma experimentando muito pouca turbulência. O fato é que não tivemos momentos de criticidade ou muita pressão. A comunidade acadêmica soube entender o momento, nós soubemos conduzir. Em nenhum momento, paralisamos as atividades e conseguimos, posteriormente, fazer a transição para retornar novamente no pós-pandemia.

Mesmo ante a todas as limitações orçamentárias – cerca de R$ 400 milhões por ano – a UFT é uma das pouquíssimas universidades que sempre honrou os seus compromissos. Nunca levamos resultado negativo para o exercício seguinte, graças a um ótimo planejamento e ferramentas de gestão desenvolvidas pela própria universidade.

E a perspectiva de futuro?

Sou professor, então a minha ideia é voltar para a sala de aula, para a atividade acadêmica. Como eu fiquei muito tempo em atividades de gestão, isso trouxe um prejuízo imenso do ponto de vista acadêmico. Então, eu preciso voltar para o final da fila, voltar a estudar e me preparar. Pretendo fazer um pós-doutorado nos Estados Unidos. Tenho essa meta: passar uma temporada fora.

Depois disso, voltar e contribuir com projetos da universidade até atingir o momento da aposentadoria.

A gente nunca pode dizer que não vai fazer algo, mas eu sei o que eu não vou fazer. Não serei candidato e também não  participarei de processos políticos. Não é essa a minha intenção.

Embora já tenha colaborado com alguns candidatos, com uma lista de sugestões, propostas, afinal somos os seres políticos, disputar cargos de  eletivos, não está entre as minhas pretensões.

Muito obrigado pela entrevista, foi muito esclarecedora…

Eu que agradeço, volte mais vezes para debatermos as questões acadêmicas.