OAB Tocantins reage a vídeos de audiência em Augustinópolis e promete discutir conduta de juiz

24 abril 2025 às 12h47

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A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Tocantins (OAB/TO) se pronunciou nesta quinta-feira, 24, sobre o episódio que tomou conta das redes sociais e provocou indignação entre profissionais do Direito: a conduta do juiz Alan Ide Ribeiro da Silva, titular da 2ª Vara da Comarca de Augustinópolis, durante audiências em que interrompe repetidamente a atuação da advogada Cássia Cayres.
Nos vídeos que circularam, Cássia tenta exercer sua função de defesa ao interrogar testemunhas e a vítima de um caso, mas tem suas perguntas constantemente barradas pelo magistrado, que chegou a declarar: “quem manda aqui sou eu”. A reação da advogada, também gravada, escancara a tensão no ambiente: “O senhor sempre faz isso. O senhor não permite que a defesa faça as perguntas”, mostra parte do vídeo.
Diante da repercussão e da denúncia de violação das prerrogativas profissionais, garantidas por lei , o presidente da OAB/TO, Gedeon Pitaluga, informou que a entidade acompanha o caso de perto. A situação será tema da próxima reunião do Conselho Estadual da Ordem, marcada para esta sexta-feira, 26, às 9 horas, com foco nas denúncias feitas por advogados e advogadas da região do Bico do Papagaio contra o juiz.
Prerrogativas
Advogados ouvidos pela reportagem relatam que o caso reabre o debate sobre a importância das prerrogativas da advocacia, direitos que asseguram aos advogados independência e liberdade para exercer sua função, sem interferência ou intimidação.
A OAB/TO, por sua vez, deve discutir não só este caso específico, mas também relatos de outros profissionais da região biquense que dizem ter passado por situações semelhantes com o mesmo magistrado.
Posições aguardadas
A reportagem procurou o Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins (TJTO) e a advogada Cássia Cayres para comentarem o caso. Até o fechamento da matéria, ainda não houve retorno.
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