O Banco do Povo, instituição vinculada ao Fundo Municipal de Desenvolvimento da Economia Popular e Solidária de Palmas, anunciou nesta segunda-feira, 27, a suspensão temporária das concessões de empréstimos por um período de 90 dias. A medida, publicada no Diário Oficial do Município, tem como objetivo reestruturar os processos internos, administrativos e operacionais da instituição, visando maior transparência, confiabilidade e eficiência. A situação ocorreu após o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos) dizer que a ex-prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB) teria supostamente deixado uma dívida de R$ 300 milhões aos cofres públicos da capital. 

A decisão foi formalizada por meio da Portaria Nº 001/2025-GAB/SEDEEM, assinada pelo secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Empreendedorismo, Henrique Balcewicz Nesello. A suspensão das operações de crédito foi motivada por um ofício interno emitido pelo Superintendente de Inclusão Social e Produtiva, que apontou a necessidade de aprimoramento dos processos do Banco do Povo para garantir a sustentabilidade financeira do programa.

Durante os 90 dias de suspensão, o Banco do Povo manterá os atendimentos para esclarecimentos e suporte aos beneficiários. Além disso, serão realizadas análises das demandas existentes, revisão dos processos internos e capacitações para adequar as operações da instituição. As vistorias presenciais relacionadas aos empréstimos também foram suspensas, exceto nos casos considerados indispensáveis para garantir a integridade de bens, a segurança jurídica ou o cumprimento de contratos vigentes.

Para acompanhar e avaliar as etapas da reestruturação, foi criado um grupo de trabalho temporário, responsável por propor mudanças no Regimento Interno do Banco do Povo. A comunicação com os beneficiários será mantida de forma contínua, com orientações sobre os serviços disponíveis e o cronograma previsto para a retomada das atividades normais.

A medida foi tomada com base no Inciso VI do Art. 8º da Lei Ordinária Nº 1.367/2005, que atribui ao gestor do Banco do Povo a responsabilidade de representar os interesses do Fundo Municipal de Desenvolvimento da Economia Popular e Solidária. A reestruturação busca adequar a instituição às demandas atuais e futuras, garantindo a eficiência e a sustentabilidade do programa.

A Portaria entra em vigor a partir da data de sua publicação e revoga todas as disposições anteriores que contrariem as novas determinações. A expectativa é que, após o período de suspensão, o Banco do Povo retome suas atividades com processos mais ágeis e transparentes, beneficiando a população de Palmas que depende dos serviços oferecidos pela instituição.