Mergulhadores da Marinha do Brasil atuam em resgate no desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira
04 janeiro 2025 às 16h30
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Desde o desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, ocorrido em 22 de dezembro de 2024, no Rio Tocantins, equipes de mergulho da Marinha do Brasil (MB) têm atuado nas operações de busca e resgate. O acidente, que ligava as cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), impôs desafios à missão devido à profundidade do rio, aos destroços e às condições adversas do cenário.
Segundo o Capitão de Mar e Guerra Albino Manoel Borges Santos, chefe do destacamento de mergulhadores, duas técnicas estão sendo usadas nas operações: o mergulho autônomo e o mergulho a ar dependente. Enquanto o primeiro serve para identificar e marcar pontos de interesse, o segundo permite uma exploração mais detalhada e prolongada, essencial para localizar vítimas e objetos submersos. “O mergulho a ar dependente conta com uma série de aparatos próprios, destinados a essa técnica. Por exemplo, a tradicional máscara é substituída por capacete. Com ele, o mergulhador consegue receber o ar que vem da superfície”, detalha o Capitão de Mar e Guerra Albino.
As profundidades no local do desabamento chegam a mais de 40 metros, o que aumenta os riscos e exige alta qualificação dos mergulhadores. Durante as buscas, obstáculos como cabos de aço, concreto, material de alvenaria e veículos tornam o trabalho ainda mais complexo. Todos os mergulhadores envolvidos passaram por treinamento rigoroso no Centro de Instrução e Adestramento Almirante Átilla Monteiro Aché (CIAMA), no Rio de Janeiro.
Outro componente essencial é a equipe de saúde especializada. De acordo com o Capitão de Corveta (Médico) Felipe Silva Rampazzo, presente na operação, a prontidão médica inclui a presença de médicos e enfermeiros capacitados no uso de câmaras hiperbáricas. Essas estruturas são fundamentais para tratar a doença descompressiva, uma das lesões mais comuns em mergulhadores, causada pelo acúmulo de nitrogênio durante o tempo submerso.
“A câmara hiperbárica serve para fazer o tratamento dos mergulhadores acidentados. Ela é composta de uma antecâmara e uma câmara, e comporta até três militares. É possível entrarmos nela para atender a vítima”, afirma o Capitão de Corveta (Médico) Felipe Silva Rampazzo, também presente na missão de resgate às vítimas do desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, assim como mais um médico e dois enfermeiros hiperbáricos.
Desde o início das operações, em 23 de dezembro, a Marinha tem atuado com apoio de diversas entidades públicas e privadas, incluindo os Corpos de Bombeiros de vários estados e empresas especializadas. A estrutura mobilizada pela MB inclui helicópteros, embarcações e viaturas, além de equipes de mergulhadores e saúde.
Créditos: Marinha do Brasil