O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira, 29, a Nota Técnica Conjunta nº 14/2025, com orientações para as comunidades próximas ao Rio Tocantins. A publicação reúne estratégias de cuidado e prevenção para minimizar os possíveis impactos à saúde humana, animal e ambiental após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), em dezembro de 2024. Na ocasião, caminhões carregados com agrotóxicos e ácido sulfúrico caíram no rio.

Embora análises recentes confirmem que a qualidade da água não foi comprometida, as autoridades reforçam o monitoramento contínuo. A nota também orienta os profissionais de saúde locais a ficarem atentos a sinais de intoxicação química e detalha medidas preventivas para a população, caso uma eventual contaminação seja identificada.

Desde o início do ano, a Agência Nacional de Águas (ANA), o Ibama e o Ministério do Meio Ambiente têm realizado análises regulares no rio Tocantins. Relatórios da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) indicam que, até 6 de janeiro, a água estava dentro dos padrões de qualidade. No entanto, o potencial risco persiste, já que os materiais químicos permanecem no leito do rio devido às cheias, impossibilitando a remoção antes de abril.

Mesmo sem sinais de contaminação até o momento, o Ministério da Saúde mantém reuniões semanais com representantes de Tocantins e Maranhão para acompanhar a situação. “Embora os dados sejam favoráveis, a presença de produtos químicos no rio requer atenção constante. A prioridade é proteger a saúde e a segurança da população”, afirmou a pasta.

Recomendações da Nota Técnica

As orientações incluem ações específicas para profissionais de saúde e para a população local:

Para profissionais de saúde:

  • Identificar áreas de risco potencial e emitir alertas sobre restrições no uso da água.
  • Monitorar resíduos de agrotóxicos em água destinada ao consumo humano.
  • Desenvolver estratégias de comunicação para informar as comunidades expostas ou potencialmente expostas.

Para a população:

  • Evitar contato direto com a água do rio caso seja confirmada contaminação.
  • Suspender o uso da água para consumo ou lazer até que a segurança seja garantida.
  • Buscar atendimento médico em caso de sintomas como náuseas, vômitos, irritação na pele ou olhos, ou outros sinais de intoxicação.

Riscos persistem com cheias

As cheias do Rio Tocantins, que triplicaram sua vazão desde o acidente, são um dos principais desafios para a retirada dos 1.339 recipientes de pesticidas depositados no rio. O aumento do fluxo inviabilizou os trabalhos de remoção, que só devem ser retomados em abril.