Um cenário de superlotação e precariedade foi denunciado por uma acompanhante no Hospital Regional de Gurupi (HRG), gerido pelo governo do Estado, que preferiu não se identificar. Segundo o relato, pacientes estão sendo internados em cadeiras devido à falta de leitos e macas suficientes para atender à demanda. “Pessoas estão internadas em poltronas porque não há vagas. Alguns chegam a ceder seus lugares para quem está pior. Toda hora chegam pacientes em estado grave”, relatou.  

“Parece que falta médico especialista, vi pessoas chegarem aqui no sábado, 25. Foram avaliados, mas só foram internados duas horas depois”. A denunciante ainda mencionou a dificuldade de outras pessoas que aguardam atendimento. “Uma mulher e uma criança estão desde às 7h30 esperando por um ortopedista. Estão sentadas em cadeiras de fibra enquanto aguardam.” As enfermeiras, segundo o relato, confirmaram o estado crítico da unidade. “Perguntei se o hospital estava lotado, e uma me disse que está muito lotado. Não tem leito nem maca para todos.”  

Outro caso relatado foi o de uma idosa debilitada, que está em uma maca com sonda na sala de medicação rápida, mas sem vaga em um leito adequado. “A situação é angustiante. São pessoas em condições frágeis, que mereciam mais dignidade no atendimento”, afirmou. A paciente conseguiu leito ainda na tarde desta segunda-feira, 27. 

A acompanhante complementa mencionando que, mesmo em meio ao caos, a entrada de novos pacientes graves é constante, agravando ainda mais a situação. 

O Jornal Opção Tocantins questionou a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) que informou que, por uma situação sazonal (mudança de clima) e por ser portas abertas do Sistema Único de Saúde (SUS), o Hospital Regional de Gurupi (HRG) teve um pico de superlotação nesta segunda-feira, 27, em decorrência de encaminhamento de pacientes da região de saúde Ilha do Bananal, composta por 18 municípios, para atendimentos de urgência e continuidade de tratamentos.

“A SES-TO pontua que a unidade já toma medidas como a  avaliação de pacientes com perfil para alta médica, a agilização dos procedimentos de internação e o remanejamento de profissionais para ampliar a capacidade de atendimento. A SES-TO esclarece que a unidade hospitalar está devidamente abastecida de medicamentos e insumos necessários para o atendimento de rotina”, diz a nota.