Polícia Civil prende oito suspeitos e desarticula organização que movimentou R$4,5 milhões no Tocantins e outros estados

21 janeiro 2025 às 15h05

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A Polícia Civil do Tocantins, por meio da 8ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (DEIC – Gurupi), realizou nesta terça-feira, 21, a segunda fase da operação “1º Coríntios 15:33”, que visa desarticular uma organização criminosa envolvida no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. A quadrilha teria movimentado cerca de R$4,5 milhões durante os dois anos de investigações. A operação foi realizada simultaneamente em municípios do Tocantins, como Gurupi, Formoso do Araguaia e Figueirópolis, além de ações nos estados de Goiás, Rio de Janeiro e Pará.
Durante a operação, foram cumpridos oito mandados de prisão preventiva e outros de busca e apreensão, resultando na prisão de oito suspeitos, incluindo detidos em flagrante. Os alvos incluem pessoas ligadas a esquemas de lavagem de dinheiro por meio de depósitos, saques, transferências fracionadas e contas de passagem. Segundo o delegado Rafael Fortes Falcão, da DEIC – Gurupi, essas movimentações tinham como objetivo dificultar o rastreamento dos valores ilícitos.

“Identificamos que mulheres de suspeitos já presos, mesmo desempregadas, continuavam movimentando quantias significativas em dinheiro, o que indicou o uso delas como peças-chave no esquema. Um exemplo foi a prisão de uma suspeita que, apesar de não ter renda declarada, fez movimentações financeiras relevantes após a detenção do marido na primeira fase da operação”, explicou o delegado.
Apreensões e flagrantes
Durante a operação, as equipes policiais apreenderam 6 kg de drogas, uma arma de fogo calibre 380, munições, R$750 em dinheiro, um notebook, cartões bancários, um automóvel e diversos documentos que estão sendo analisados. Um dos presos foi detido em flagrante ao tentar destruir um celular durante a abordagem policial. Já a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que também participou da operação, interceptou um dos alvos nas proximidades do estado do Pará, encontrando com ele uma pistola, munições e drogas.
A operação contou com o apoio das Polícias Civis de Goiás e Rio de Janeiro, além da PRF, envolvendo 55 agentes no total. O delegado Afonso Lyra, diretor da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO), destacou a importância da atuação integrada entre estados para combater organizações criminosas com atuação interestadual. “Esses grupos ultrapassam divisas e operam em múltiplos crimes, como tráfico de drogas e lavagem de capitais. A articulação interestadual fortalece as ações repressivas e traz resultados positivos”, afirmou.
Balanço da primeira fase
Na primeira fase da operação, deflagrada em 3 de julho de 2024, foram cumpridos dez mandados de prisão preventiva, além da prisão em flagrante de seis pessoas e outras oito detenções por mandados. A Polícia Civil também realizou apreensões de drogas, armas de calibre restrito, veículos e documentos, além de embargar um espaço de eventos utilizado para lavagem de dinheiro.
Segundo o delegado Joadelson Rodrigues Albuquerque, da regional de Gurupi, o esquema utilizava contas de passagem para mascarar as transações financeiras, dificultando o rastreamento do dinheiro.
Próximos passos
Os presos foram conduzidos para as respectivas unidades prisionais: as mulheres para a Unidade Penal Feminina de Talismã e os homens para a Unidade Penal de Gurupi. A Polícia Civil segue analisando o material apreendido e investigando novas ramificações do esquema criminoso. Mais detalhes devem ser divulgados conforme o avanço das apurações.
Origem do nome da operação
O nome da operação, “1º Coríntios 15:33”, faz referência ao texto bíblico: “Não vos enganeis: as más companhias corrompem os bons costumes”.
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