Lúcia Gabriela Rodrigues Bandeira, de 25 anos, conhecida como “Dama do Crime”, foi um dos alvos da Operação Asfixia, deflagrada pela Polícia Civil do Tocantins nesta terça-feira, 4. Apontada como intermediária entre traficantes locais e membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo, ela é investigada por integrar um esquema de tráfico interestadual de drogas e armas.

Natural de Paraíso do Tocantins, Lúcia Gabriela mantinha uma loja de roupas como fachada para disfarçar suas atividades ilícitas, segundo as autoridades. A jovem já havia sido presa em junho de 2024, quando policiais apreenderam R$300 mil em drogas em uma residência ligada a ela. Posteriormente, conseguiu liberdade provisória, mas foi novamente detida em dezembro de 2024, durante a Operação Lady’s Fall.

As investigações mostram que Lúcia gerenciava a logística de distribuição de drogas e armas no Tocantins, mantendo contato direto com lideranças do PCC em São Paulo. As drogas chegavam ao estado por meio de “formigas”, como são chamados os transportadores que utilizam ônibus para levar as substâncias ilícitas. As armas, incluindo pistolas turcas, também eram enviadas para a região para abastecer facções criminosas.

Segundo a Polícia Civil, Lúcia Gabriela usava casas em Paraíso como depósito de drogas, monitoradas por câmeras de segurança. Os lucros do esquema eram organizados em planilhas e enviados a São Paulo. Em mensagens analisadas, os vendedores locais eram chamados de “lojistas” e seguiam uma hierarquia que incluía prestação de contas frequente à liderança do PCC.

Operação Asfixia

Ao todo, a Operação cumpriu 17 mandados de prisão | Foto: Divulgação PCTO

A Operação Asfixia, conduzida pela 1ª Divisão Especializada de Repressão a Narcóticos (Denarc-Palmas), resultou em 15 prisões, com mandados cumpridos em cidades do Tocantins, como Palmas, Araguaína, Paraíso e Porto Nacional, e também em São Paulo, incluindo a capital, Praia Grande e Barueri. Durante as ações, foram apreendidos aparelhos celulares, cartões bancários, cadernos com anotações detalhadas sobre o tráfico, além de mais de R$16 mil em espécie.

A operação teve como objetivo desarticular o núcleo financeiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), que movimentou aproximadamente R$20 milhões nos últimos dois anos. A investigação revelou uma estrutura hierárquica organizada, com fortes indícios de que a suspeita conhecida como “Dama do Crime” desempenhava papel central no esquema, gerenciando o tráfico interestadual de drogas e fornecimento de armas.

As próximas etapas da investigação deverão aprofundar a análise das conexões entre a suspeita e os líderes da organização, além de mapear a abrangência das operações criminosas, que incluíram o envio de armas e drogas para estados como Ceará, Maranhão e Rio Grande do Norte, alimentando disputas de facções e contribuindo para a escalada da violência.

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