Tocantinense de Dianópolis é o vereador mais bem votado do PSOL no Rio de Janeiro

14 outubro 2024 às 10h54

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Rick Azevedo, natural de Dianópolis, Tocantins, fez história ao se tornar o vereador mais votado do PSOL no Rio de Janeiro, com 29.364 votos, ficando em 12º lugar geral na disputa por uma das 51 cadeiras da Câmara Municipal. Aos 30 anos, Rick superou nomes tradicionais da sigla, como Mônica Benício, viúva da vereadora Marielle Franco, e se destacou com uma pauta voltada à classe trabalhadora.
Um ano antes de sua eleição, Azevedo fundou o Movimento VAT (Vida Além do Trabalho), que luta pela redução da jornada de trabalho e o fim da escala de seis dias trabalhados para um de folga. Ele ganhou notoriedade após um desabafo em um vídeo no TikTok, onde criticou o regime trabalhista, comparando-o a uma “escravidão moderna”. “Eu to querendo saber quando é que nós, da classe trabalhadora, iremos fazer uma revolução nesse país em relação a essa escala 6 por 1. Gente, é uma escravidão moderna. Moderna, não. Ultrapassada”, disse ele em entrevista à Folha de São Paulo.
O vídeo viralizou enquanto Rick trabalhava em uma farmácia, o que surpreendeu o jovem político: “Era um desabafo, que eu achei que seria só mais um desabafo que ficaria ali entre poucas pessoas. Quando pegou essa proporção toda, eu falei: ‘Cara, tem algo diferente aqui. É o que eu precisava'”.
Seu movimento rapidamente cresceu, e uma petição criada por ele para mudar a legislação trabalhista alcançou 200 mil assinaturas em poucos meses. A petição foi levada ao Congresso pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) e se transformou em uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada em 1º de maio. “Eu estou aqui para reforçar e atualizar a CLT. Esse discurso neoliberal de que as pessoas não querem mais CLT é um discurso para desmontar ela. E isso está totalmente errado”, afirmou Rick.
Mesmo reconhecendo que sua pauta é mais voltada ao Congresso, Azevedo acredita que pode contribuir para a classe trabalhadora como vereador: “Enquanto vereador, vou procurar ter diálogos firmes e incisivos para que a classe trabalhadora não seja tão sucateada”. Ele também compartilhou uma conversa que teve com um empresário do setor de supermercados, que admitiu que o modelo atual de seis dias de trabalho para um de folga era ultrapassado. “O seu debate está correto, realmente 6×1 é ultrapassado”, teria dito o empresário.
Apesar de receber apenas R$ 60 mil do partido para sua campanha – um valor significativamente menor do que os candidatos à reeleição, que receberam mais de R$ 300 mil –, Azevedo minimizou a redução do número de cadeiras do PSOL na Câmara, que caiu de seis para quatro. Sua mensagem forte e direta ressoou especialmente nas zonas norte e oeste do Rio de Janeiro, ampliando a votação do partido nas áreas mais pobres da cidade.