Último debate das eleições em Palmas teve ausência de Janad e Lucia e troca de farpas entre Eduardo e Geo

04 outubro 2024 às 11h02

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O último debate entre os prefeituráveis de Palmas foi ao ar nesta quinta, 4. O embate ficou por conta apenas dos candidatos Eduardo Siqueira (Pode) e de Júnior Geo (PSDB). Janad Valcari (PL) estava em uma agenda em Taquaraçu e Lucia Viana (PSOL) não pode comparecer por estar com conjuntivite. Ela apresentou um atestado médico de cinco dias.
O primeiro bloco, de acordo com as regras, seria o único em que os candidatos poderiam fazer perguntas para a candidata ausente, que não justificou sua falta. O primeiro a perguntar foi Eduardo Siqueira, que afirmou que não perguntaria nada para Janad, mas que faria perguntas no segundo turno. Se dirigiu ao Geo, perguntando o que ele achava de candidatas que não compareciam ao debate. Geo desconversou e começou a falar de projetos e propostas, como a construção de novos Centros Municipais de Educação Infantil (CmeiI), postos de saúde no Jardim Vitória e Jardim Aeroporto.
Na sua vez de réplica, Eduardo disse que tinha dado o espaço justamente para que Geo explicasse sobre os debates da última eleição municipal, em que a prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB) não comparecia também. Durante o bloco, Eduardo bateu na tecla de que a prefeita, apoiadora de Geo, não construiu nenhuma Escola de Tempo Integral (ETI) e que ele, Eduardo, tinha trazido o Instituto Federal do Tocantins (IFTO) e a Universidade Federal do Tocantins (UFT). Geo salientou que Palmas não tem mais 30 mil habitantes, como era na época de Eduardo e nem depende exclusivamente de recursos federais, mas precisa administrar recursos da própria arrecadação, com uma população dez vezes maior.
Eduardo responde a Geo dizendo que os recursos federais eram escassos, que não tinha muito apoio do presidente na época e que, ainda assim, todas as quatro escolas que construiu, continuam de pé. “O senhor inclusive, trabalha em uma escola que eu ajudei a construir”, finalizou Eduardo Siqueira. Geo disse que a atual gestão conseguiu entregar 8 Cmeis e uma ETI, a Fidêncio Bogo, ao que Eduardo rebateu dizendo que a construção foi feita ainda pelo ex-prefeito Carlos Amastha (PSB) e que Cinthia apenas entregou a obra.
No segundo bloco foi sorteado o tema “Transporte Público”. O primeiro a falar foi Júnior Geo, que elogiou a concessão da prefeitura, disse que iria fazer um corredor Norte-Sul com estações climatizadas. Ao fim, disse que Eduardo afirmou que traria demissão em massa dos motoristas do transporte coletivo, assim que assumisse, com a instauração de uma nova empresa de transporte. Eduardo foi veemente em dizer que não disse isso, e criticou o atual modelo de transporte. Ele também sinalizou que, com os atuais valores pagos pela prefeitura seria possível fornecer tarifa zero para toda a população de Palmas. E novamente reforçou o discurso que tinha feito na convenção, que não tinha ido pedir apoio na porta da prefeitura ou no Palácio. Geo terminou reafirmando que faria um corredor Norte-Sul e Eduardo que a prefeitura ia mal em todas as áreas do transporte.
No bloco seguinte, foi sorteado o tema “Limpeza Urbana”. Eduardo foi o primeiro a falar e perguntou ao candidato tucano se ele tinha conversado com a prefeita sobre o tema, que tudo estava abandonado, praças, feiras e praias. Geo disse que ele não conhecia a cidade e apresentou propostas de limpeza urbana. Ao fim, completou dizendo a Eduardo que “Palmas não é mais a cidade de 30 mil habitantes que o senhor administrou”.
O debate ocorria de forma tranquila, até que Júnior Geo falou que a população de Palmas tinha a opção de escolher um candidato para o segundo turno que tinha capacidade e era honesto. Também acrescentou que o eleitor precisa verificar a vida pregressa dos candidatos. Eduardo rebateu e reforçou
que Geo nunca tinha administrado nada que lhe permitisse dizer que ele tinha experiência. E sobre a honestidade, disse que se houvesse qualquer coisa contra ele, ele não estaria ali.
Então Geo começa a citar os supostos desvios no Instituto de Gestão Previdenciária (Igeprev) e a Operação Ápia em que Eduardo estaria implicado. Como estava no fim do bloco, Eduardo não pode responder e pediu direito de resposta.
No começo do bloco seguinte, os ânimos começam a ficar mais exaltados, com a entrada da fala de resposta de Eduardo. Ele disse que nunca foi condenado em nenhum dos processos movidos contra ele e que era ficha limpa. Contou de uma vez que o próprio Júnior Geo teria lhe pedido desculpas por ter feito ligação dele com o rombo no Igeprev.
Geo começou o bloco, que era de tema livre, falando que ele teria sido conduzido pela Polícia Federal (PF) no caso da Operação Ápia. Eduardo expôs que conseguiu derrubar diversas propagandas eleitorais de Geo que falavam sobre o assunto. Também disse que não tinha envolvimento com o rombo no Igeprev, que como presidente do Conselho Admnistrativo não tinha ingerência sobre como eram usados os fundos. Ele também asseverou que na época das denúncias, estava afastado, extraoficialmente, por causa da morte de seu filho.
Geo disse que teve um rombo de mais de R$1 milhão nos fundos do Igeprev e que, como deputado, Eduardo Siqueira nunca o ajudou, nem para assinar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Igeprev. Eduardo rebateu dizendo que nunca foi procurado por Geo sobre esse assunto. E que ele era seletivo, pois não falou nada quando a PF começou a investigar o transporte de Palmas.
Um último ponto de embate entre os dois foi a destinação das emendas que Eduardo Siqueira fez para a compra de cestas básicas. Vale lembrar que o Palácio e sua cúpula foram recentemente investigados por supostas irregularidades nas compras de cestas básicas, durante a pandemia. Eduardo disse que apenas destinou as emendas, que os recursos foram utilizados pelo governador e disse que mais de 5 mil tocantinenses tinham morrido durante o período, por causa da doença, era desumano não destinar recursos para ajudar.
Nas considerações finais, Eduardo disse que tinha sido vítima de fake news de Geo durante o debate e disse que seria uma segurança para o povo palmense. Geo usou seu tempo final para dizer que tinha vida ilibada e finalizou perguntando para o eleitor, “se o dinheiro da prefeitura fosse seu, em quem você confiaria?”, questionou.