A Páscoa é uma das mais importantes datas para os cristãos, uma vez que celebra a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, conforme descrito nos evangelhos do novo testamento da bíblia. Para os cristãos, a ressurreição de Jesus é o cerne da sua fé e representa a vitória sobre o pecado e a morte.

A Páscoa é precedida pela semana santa, que começa no domingo de ramos, passa pela quinta-feira santa – celebrando a última ceia de Jesus com seus discípulos – a sexta-feira santa, recordando a crucificação de Jesus e, finalmente, culmina com o domingo de páscoa, o dia em que Jesus teria ressuscitado, segundo as escrituras bíblicas.

O Jornal Opção Tocantins, conversou com exclusividade com o Arcebispo de Palmas, Dom Pedro Brito Guimarães, que expôs suas impressões sobre a data festiva. “O calendário litúrgico, diferente do ano civil, tem como as datas mais importantes o natal e a páscoa. Tudo ocorre em decorrência dos dois mistérios. Quatro semanas antes do natal, iniciamos a preparação para o nascimento de Jesus, que se dá em 25/12, e que vai até a metade de janeiro. Essa é a novidade do cristianismo: a entrada de Jesus – um Deus entre os homens – na terra. Após isso, iniciamos a preparação para a Páscoa, antecedida pela quaresma, ou seja, quarenta dias depois do carnaval. Fechando o ciclo, temos a semana santa e, depois dela, mais cinquenta dias de comemorações, que se encerra com pentecostes”, explicou o religioso.

O Arcebispo também ponderou sobre a escatologia, que estuda vários mistérios, entre os quais, o apocalipse, o céu, inferno e o purgatório.

“É uma base para entendermos que não é lá no céu que as pessoas vão ser absolvidas. Os efeitos da semana santa e da páscoa acontecem na vida dos cristãos todos os dias. Essa, para mim, é a beleza do ato litúrgico.

Quem participa desses atos na semana santa, recebe em sua vida, os efeitos santificadores deste ato. Então, para esse cristão, a Páscoa é: Jesus ressuscitando em cada um dos nossos corações, oportunizando o recebimento dos efeitos contínuos dessa graça chamada de escatologia realizada ou a graça atual. Por fim, a mensagem para todos os cristãos é que essa data deve servir como a atualização na vida de cada um, dos efeitos contínuos da “Paixão de Cristo”, para que possamos renascer e cultuar a nossa fé, todos os dias”, enfatizou.

Ao ensejo, também questionamos o chefe da arquidiocese sobre a as características que diferem a páscoa judaica da páscoa cristã. “Páscoa significa passagem: passar de um lugar para o outro e se renovar. Na época, os judeus comemoravam a páscoa como a passagem da “terra da escravidão” (Egito) para “terra prometida” (atualmente Israel) – onde “corre leite e mel” – através da travessia do mar vermelho. Quando Jesus entrou em Jerusalém, faltava uma semana para a comemoração da páscoa judaica. Em razão das ocorrências com o Messias durante essa semana, os cristãos passaram comemorar a páscoa como sendo a renovação do amor de Cristo, com a sua ressureição no domingo.

A páscoa cristã é uma reminiscência da páscoa judaica, mas não se trata da libertação e passagem de uma terra para outra, mas sim a libertação da morte para a vida, através do sangue derramado de Cristo e sua posterior ressurreição”,

pontuou o religioso.

Foto: Arquidiocese de Palmas

Diante de todas as circunstâncias, a conclusão é que a dimensão da Páscoa para os cristãos está na mensagem de esperança, redenção e vida eterna que ela representa. Ela simboliza a capacidade de Jesus de vencer o poder do pecado e da morte, oferecendo àqueles que creem, a promessa da salvação e da vida eterna ao lado de Deus. Além disso, restou claro que, para os cristãos, a Páscoa é um momento de reflexão, renovação espiritual, fortalecimento dos laços de fé e união e comunhão entre os fiéis, lembrando-os do amor e sacrifício de Jesus por eles.