Por Redação

Conforme entendimento recesso que se estenderia até o dia quatro de fevereiro encerrou nesta segunda-feira, 15

Provas foram aplicadas nos dias 5 e 12 de novembro

Na semana passada, não faltaram comemorações do governo federal quanto aos dados mais recentes divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), referentes ao desmatamento na Amazônia. De acordo com o Instituto, foram cerca de 5 mil quilômetros desmatados desse bioma em 2023. Parece muito (e é). No entanto, o número representa uma queda de quase 50% se comparado a 2022.
Os dados do Inpe foram um bálsamo imediato para as preocupações do governo em passar para o mundo e a população a imagem de estar no caminho de cumprir uma de suas principais promessas: extinguir o desmatamento ilegal da Amazônia. Pudera.
Vale lembrar que, neste mês de janeiro de 2024, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que a União Europeia vai doar 20 milhões de euros (equivalentes a 100 milhões de reais) para o Fundo Amazônia, além das contribuições que estão sendo feitas individualmente por diversos países. Ou seja: as fichas do mundo foram apostadas com gosto no comprometimento ambiental de Lula, e ele sabe que não pode falhar nisso – sob o risco de empurrar o País de volta ao ostracismo no qual havia se metido no governo anterior.
No entanto, o que o governo parece esquecer de mencionar – e abordar, mesmo em que debates sobre o tema -, é que, enquanto o desmatamento na Amazônia caiu, o do Cerrado aumentou: e muito. Ainda conforme os dados do Inpe, a área desmatada do Cerrado em 2023 foi 43% maior que em 2022. O Instituto apontou ainda que foi a primeira vez em que uma área desmatada no Cerrado foi maior que a da Amazônia.
De acordo com o ICMBio, com base em dados do Ministério do Meio Ambiente, estima-se que o Cerrado possua mais de 6 mil espécies de árvores e cerca de 800 espécies de aves. Acredita-se, ainda, que mais de 40% das espécies de plantas lenhosas e 50% das abelhas sejam endêmicas.
Ainda conforme o ICMBio, ao lado da Mata Atlântica, o Cerrado é considerado um dos hotspots mundiais, ou seja, um dos biomas mais ricos e também mais ameaçados do mundo.
Já o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) – sociedade civil sem fins econômicos – o Cerrado conta com aproximadamente 12 mil plantas catalogadas, das quais mais de 4 mil também são endêmicas.
Estamos falando de um bioma que cobre cerca de 25% do território nacional, perfazendo uma área entre 1,8 e 2 milhões de Km² nos estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, sul do Mato Grosso, oeste de Minas Gerais, Distrito Federal, oeste da Bahia, sul do Maranhão, oeste do Piauí e porções do Estado de São Paulo.
Por que, então, um bioma tão grandioso, tão vasto em vida – tanto em fauna quanto em flora – é tratado com tanto desprezo e desmerecimento? Por que os dados do desmatamento referentes ao Cerrado não ganham tanto destaque – e esmero na solução – quanto os da Amazônia?
O nome do Cerrado parece não entrar nem na argumentação do governo anterior para criticar o atual. Ora, erros para apontar não faltam, não é? Onde estão os (necessários) pareceres e censuras quando mais precisamos?
E aqui, vale dizer, não cabe qualquer comparação entre um bioma e outro, mas sim no zelo e no empenho (ou a falta desses) para preservar o que deveria ser alvo de orgulho e ênfase global, tal qual a Amazônia.
Enquanto o Cerrado continuar a ser tratado como o “patinho feio” dos biomas, a diversidade natural não só dele, mas a de todos os outros biomas que parecem não merecer um fundo de proteção só deles, com doações de organizações internacionais, continuará minguando. Talvez, nos lembremos da importância e unicidade de cada bioma quando a lista desses passar a refletir com fidelidade e o que gringos que vêm ao Brasil acham que aqui existe: a Amazônia e nada mais.

Cynthia Pastor
O cinema muitas vezes antecipa tecnologias e tendências, outras vezes, a Sétima Arte só nos mostra a nossa humanidade. O clássico Blade Runner, de 1982, do magnífico diretor Ridley Scott, mostrava tecnologias ainda não existentes na década de 1980, como as telas, touch screen, o comando de voz para computadores, a engenharia genética da corporação Tyrrel. Tudo isso que nos chegou muito depois do filme dos anos 80.
Todavia, no peculiar longa-metragem “Nosso Amigo Extraordinário”, filme de 2023 e que parece ter caído no gosto da crítica e do público, nenhuma tecnologia especialíssima é antecipada, nadinha! A nave do alienígena é super simples, quase um carro popular dentro do que se vê em termos de efeitos especiais nas produções cinematográficas. Mas, afinal, o que o filme tem de grandioso? Sua imensa humanidade. Com a atuação singela do grande Ben Kingsley, que foi protagonista em filmes impactantes, como Gandhi, onde ele interpreta o grande líder político e levou o Oscar de melhor ator, nesta “pacata” película norte-americana ele vive Milton, um aposentado cheio de manias que mora em uma pequena cidadela na Pensilvânia.
Das relações pragmáticas do “American Way of Life”, Milton tem uma convivência fria e racional com a filha que mora na mesma cidade. Já a relação com o filho que não mora ali, é inexistente. Uma vida protegida tipicamente americana, sem sobressaltos e com uma rotina previsível que inclui ir a câmara municipal da cidade fazer pequenas reclamações que não irão mudar o mundo em absolutamente nada. É nessa construção que soma a solidão de um cara viúvo e sem amigos, que passa o dia a cuidar das suas flores no quintal ou vendo os mesmos programas de TV diariamente, que Milton começa a desenvolver um processo de demência.
O filme não se propõe a dar nenhum salto quântico existencial, justamente por isso, é tão humano. Tão humano como encarar uma nave espacial caída no seu quintal como algo normal. Sem sobressaltos, Milton acolhe o alienígena ferido. Aos poucos, com cuidado e sem preconceitos. Ele até tenta avisar a comunidade da cidade sobre a situação, mas não é levado a sério. E segue sua convivência com o extraterrestre que se empenha em consertar a nave para voltar para sua galáxia. Um ponto muito especial do filme está no fato de que o alienígena não fala. Sua comunicação é mínima, quase nenhuma. Mas o seu olhar tem muito a dizer e sua capacidade de ouvir, por fim, torna-se o elo com Milton, que estava ali vivendo sua solitude internalizada.
No desenrolar do roteiro, duas idosas também solitárias e literalmente esquecidas por suas famílias, juntam-se a Milton e a Jules (nome dado ao alienígena). Por fim, hospedar um extraterrestre, parece algo tão simples e viável quanto hospedar alguém que se está conhecendo agora. O ET não tem carisma, mas a maioria dos seres humanos também não tem! Pois é justamente toda essa situação “nonsense” que nos leva ao aspecto mais belo do filme. A solidão é fera, a solidão devora e muitas vezes é mais devastadora que a chegada de um ser de outro planeta. A indiferença e o tédio são mais esmagadores que viver algo totalmente inusitado.
Dirigido por Marc Turtletaub e escrito por Gavin Steckler, o filme Nosso Amigo Extraordinário (Jules, no original) merece ser visto como um filme humano, demasiado humano, sobre as coisas humanas, sobre o pouco que nos resta ou quase nada.
Aquela solidão que está impregnada na filosofia de Nietzsche e suas dimensões do corpus nietzschiano. Desse modo, o lugar de afirmação de um mundo humano, antropomórfico, aceita e assimila todas as suas metáforas e rompe com qualquer romantismo cinematográfico. Humano, demasiado humano.

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