Durante a última sessão do Tribunal do Júri da 1ª Vara Criminal de Araguaína, nesta terça, 24, a defesa de João Oliveira, um dos acusados pela morte do advogado Danillo Sandes, pediu o desmembramento do julgamento. Segundo a defesa, uma de suas testemunhas, que era imprescindível para o caso, não pôde comparecer ao plenário. O acusado, que é ex-policial militar, teve o pedido acatado pelo juiz titular da 1ª Vara Criminal e Tribunal do Júri da Comarca, Carlos Roberto de Sousa Dutra. 

A defesa insistiu durante o julgamento que a testemunha, que é policial militar do Pará, participasse da oitiva. Como o policial está de férias, não pôde participar da sessão. O juiz então acolheu o pedido, reconhecendo a “imprescindibilidade” da testemunha para falar sobre o caráter do réu. 

Outros dois acusados pelo crime foram julgados em 2022 e cumprem pena. Um outro ex-policial militar, Rony Marcelo Alves Paiva, que foi condenado a mais de 25 anos de prisão e Wanderson Silva de Sousa, que foi condenado a mais de 26 anos. 

O outro acusado pelo crime, Robson Barbosa da Costa, que é tido como o mandante do assassinato, deve ser julgado ainda nesta quarta-feira, 25. Durante o primeiro dia, na terça, 24, pela manhã e à tarde, o júri acompanhou o depoimento de testemunhas indicadas pela acusação e defesa.

Relembre o caso

O advogado Danillo Sandes foi contratado pela família de Robson Barbosa para ser o inventariante dos bens deixados por seu pai. Após desentendimentos, onde o advogado suspeitou de sonegação de bens no processo, ele acabou renunciando da ação, mas permaneceu com a cobrança de seus honorários pendentes. Após decisão judicial, Danillo conseguiu que a família de Robson vendesse um caminhão para cumprir o pagamento da dívida. Esse fato teria irritado Robson que então contratou o policial militar Rony Macedo para orquestrar o assassinato do advogado. 

Rony se juntou a outros dois acusados, Wanderson Silva e João Oliveira para armar uma emboscada para Danillo, matando-o em uma área rural. O advogado foi morto com dois tiros na nuca e seu corpo ocultado em um matagal, sendo encontrado quatro dias depois do crime, ocorrido em julho de 2017. Segundo a acusação, o grupo contratado por Robson teria recebido R$40 mil para executar o advogado.