O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek, que fazia a conexão entre os estados do Tocantins e do Maranhão, tem preocupado produtores rurais tocantinenses, principalmente com a proximidade da colheita da safra 2024/2025, prevista para fevereiro. A ponte, que era um elo logístico para o transporte de grãos, insumos e outros produtos, deixou um vácuo, impondo aumento de custos ao setor agrícola.

A presidente da Aprosoja Tocantins, Caroline Schneider Barcellos, destaca que os efeitos do colapso serão sentidos de maneira imediata pelos agricultores. “A entrega de insumos como fertilizantes e defensivos agrícolas, além do escoamento da produção, será prejudicada. Isso gera um aumento no custo do transporte e, consequentemente, reduz ainda mais a margem do produtor, que já está muito pressionado”, observa.

Sem a ponte, os caminhões que precisam atravessar o Rio Tocantins enfrentam a necessidade de buscar rotas alternativas, como balsas, que já estão sobrecarregadas, ou desvios que podem somar centenas de quilômetros a mais no percurso. Para os produtores que utilizam Porto Franco (MA) como ponto de destino, essa mudança representa um impacto financeiro considerável.

Além de elevar o custo do frete, os atrasos nos transportes podem comprometer a chegada dos insumos essenciais para o início da safra. “Essa situação complica ainda mais a logística de quem já enfrenta dificuldades para equilibrar os custos de produção”, acrescenta Barcellos.

Infraestrutura logística fragilizada

O desabamento da ponte expôs fragilidades na infraestrutura logística da região. O Tocantins, inserido no Matopiba — um dos principais polos agrícolas em expansão no Brasil — depende amplamente de rodovias para o transporte de grãos e insumos. Sem alternativas eficientes, o setor agrícola se vê diante de incertezas que podem afetar não apenas a colheita atual, mas também comprometer os próximos ciclos produtivos.

A situação exige ações rápidas e efetivas para amenizar os impactos. A ampliação do uso de balsas e a construção de uma passagem provisória são algumas das alternativas que poderiam aliviar a pressão sobre os produtores. Para a presidente da Aprosoja Tocantins, o momento demanda respostas ágeis e bem planejadas: “O agronegócio é um pilar econômico da nossa região, e qualquer atraso pode ter efeitos em cadeia para produtores e consumidores. Precisamos de respostas rápidas para enfrentar esse desafio”, conclui.