Com cobrança, nova empresa é autorizada a operar travessia de veículos entre Tocantins e Maranhão após colapso de ponte

23 janeiro 2025 às 12h35

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A Agência Nacional de Transporte Aquaviários (Antaq) autorizou uma nova empresa a realizar a travessia de veículos pesados pelo rio Tocantins, entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). O serviço, que será tarifado, surge como alternativa após o desabamento da ponte JK, ocorrido em dezembro de 2024, que resultou em 14 mortes e deixou três pessoas desaparecidas. A expectativa é que a operação comece dentro de 30 dias.
Atualmente, os motoristas precisam usar rotas alternativas, já que não há travessia para veículos no trecho. Apenas barcos particulares transportam passageiros, cobrando tarifas pelo serviço.
A LN Moraes Logística LTDA foi autorizada pela Antaq a assumir a travessia, conforme publicação no Diário Oficial da União no dia 21 de janeiro. Em nota, a empresa informou que as balsas estão sendo enviadas para a região e que os serviços serão exclusivos para veículos pesados, como caminhões e ônibus. Embora a cobrança de tarifas esteja prevista, os valores ainda não foram divulgados.
Anteriormente, a PIPES Empreendimentos LTDA havia sido contratada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) por R$ 6,4 milhões para realizar esse serviço. No entanto, a empresa não iniciou as operações, e seu proprietário, Pedro Iran Pereira Espírito Santo, está proibido de firmar contratos com o poder público até 2026 devido a condenações por improbidade administrativa.
Atrasos e impasses
A travessia via balsa já foi anunciada duas vezes pelo governo estadual, mas os serviços não avançaram. A Marinha do Brasil afirmou que a PIPES não entregou a documentação necessária, e houve atrasos na construção de acessos às margens do rio. O contrato da PIPES, firmado em 9 de janeiro e válido por um ano, foi interrompido após o afastamento do então superintendente do Dnit no Tocantins, Renan Bezerra de Melo Pereira.
Em janeiro, a PIPES realizou testes com uma balsa exclusiva para pedestres, mas o serviço também não foi efetivado. Segundo a Marinha, a operação das balsas está condicionada ao cumprimento de todas as exigências documentais e estruturais.
O Dnit ainda não comentou sobre a nova autorização que inclui a cobrança de tarifas.