Israel e Irã trocam acusações após anúncio de cessar-fogo e se declaram vitoriosos após 12 dias de conflito

25 junho 2025 às 09h46

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Após quase duas semanas de confrontos, Israel e Irã anunciaram um cessar-fogo, mas voltaram a trocar acusações de violação do acordo poucas horas depois. As declarações vieram acompanhadas de manifestações públicas das principais lideranças dos dois países, que se disseram vencedoras da disputa.
Em discurso nesta terça-feira, 24, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que seu país eliminou a ameaça de uma ofensiva nuclear iraniana. Segundo ele, a operação representou uma vitória histórica, e agora as atenções militares se voltam novamente à Faixa de Gaza, onde Israel mantém confrontos com o grupo Hamas.
No Irã, o presidente Masoud Pezeshkian também falou à população, destacando que, apesar de o conflito ter sido iniciado por Israel, foi o Irã que encerrou a guerra. Segundo ele, a resposta militar dada ao ataque inicial teria demonstrado a força de Teerã na região.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que participou da mediação do cessar-fogo, afirmou na noite de segunda-feira, 23, que o acordo estava em vigor. No entanto, na manhã seguinte, houve novos relatos de ataques de ambos os lados. Israel acusou o Irã de lançar mísseis após o início da trégua. Já Teerã respondeu dizendo que Israel havia atacado novamente seu território, inclusive com bombardeios em áreas civis e instalações estratégicas.
Ainda assim, Trump voltou a afirmar publicamente que o cessar-fogo seguia válido. “Todos os aviões retornarão para casa. O cessar-fogo está em vigor”, declarou o presidente norte-americano nas redes sociais.
Origem da escalada
O atual confronto começou no dia 13, quando Israel lançou um ataque surpresa ao território iraniano. A justificativa foi o avanço do programa nuclear iraniano, que, segundo o governo israelense, representava uma ameaça iminente. O Irã respondeu com mísseis e intensificou a mobilização militar.
No último sábado, 21, os Estados Unidos bombardearam três instalações nucleares iranianas: Fordow, Natanz e Esfahan. A medida elevou ainda mais a tensão internacional.
O Irã nega desenvolver armas nucleares e afirma que seu programa tem fins civis e científicos. Apesar disso, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aponta que o país não tem cumprido totalmente suas obrigações. O Irã, por sua vez, afirma que o órgão atua sob influência de potências ocidentais, que estariam apoiando Israel na ofensiva.
Enquanto isso, Israel mantém sua posição de rejeitar a existência de qualquer programa nuclear iraniano. Ainda que nunca tenha confirmado oficialmente, estimativas indicam que o país possui um arsenal com pelo menos 90 ogivas nucleares desde a década de 1950.
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