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Justiça
Mulher é condenada 16 anos de prisão por atear fogo no companheiro em Paraíso

Ilda Serrat dos Santos foi condenada a 16 anos e seis meses de prisão, em regime fechado, pelo homicídio de Bruno Aparecido Bolbino, de 27 anos. O julgamento aconteceu na última sexta-feira (11), no Tribunal do Júri da Comarca de Paraíso do Tocantins.

O crime ocorreu em junho de 2024. De acordo com o Ministério Público do Tocantins (MPTO), Ilda ateou fogo diretamente em Bruno, que não teve chance de se defender. A acusação sustentou que o homicídio foi duplamente qualificado: pelo uso de fogo e por dificultar a defesa da vítima.

Durante a sessão, o MPTO foi representado pelo promotor de Justiça Rogério Mota, do Núcleo do Tribunal do Júri, e pela promotora substituta Anelise Schlickmann.

Segundo os laudos periciais e os depoimentos colhidos ao longo do processo, o crime aconteceu nas primeiras horas da manhã. A vítima foi surpreendida e atingida pelas chamas.

Além da pena de prisão, Ilda Serrat dos Santos também foi condenada a pagar R$ 50 mil de indenização aos pais da vítima, conforme determina o Código de Processo Penal.

Ex-presidente
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Ele começou a se sentir mal na sexta-feira (11), durante um evento do PL no interior do Rio Grande do Norte

Eduardo Azevedo: “Quero ser um instrumento para erguer vozes e fortalecer movimentos”

Em entrevista ao Jornal Opção Tocantins, secretário municipal de Igualdade Racial e Direitos Humanos de Palmas fala sobre sua atuação nos 100 dias de governo, trabalho nas periferias, fortalecimento de culturas marginalizadas e o papel institucional da gestão municipal

Governo estadual
Novo PCCR da Saúde no Tocantins amplia vagas para 15 mil servidores

Além de aumentar as vagas em 31 cargos já existentes, a mudança também cria três novas funções

Artigo de opinião
Arqueogenealogias do discurso do Norte: Sentidos e sujeitos tocantinenses

Arqueogenealogias do Discurso do Norte, do professor Thiago Barbosa Soares, da Universidade Federal do Tocantins, é uma obra de fôlego, comprometida não apenas com a análise crítica da linguagem, mas com o desvelamento dos mecanismos de poder que se infiltram silenciosamente nos discursos que moldam a realidade sociopolítica do Tocantins.

Mais do que um exercício acadêmico, o livro, publicado pela Pontes Editores, configura-se como uma tomada de posição: um gesto de resistência discursiva frente às verdades estabelecidas e às naturalizações que, cotidianamente, sustentam relações de dominação.

A partir da perspectiva da Análise Arqueogenealógica do Discurso — em forte diálogo com o pensamento de Michel Foucault —, o autor empreende um trabalho minucioso de escavação e desnaturalização dos enunciados midiáticos e políticos que circulam na região Norte, com ênfase particular no Estado do Tocantins.

Em cada capítulo, há um esforço contínuo de compreender como os discursos não apenas
refletem a realidade, mas sobretudo a produzem, disciplinando corpos, modelando subjetividades, e orientando condutas. Os conceitos que ancoram a análise — como governamentalidade, episteme,
dispositivo, objetivização e unidade de discurso — não são meramente evocados como
jargões acadêmicos, mas colocados a serviço de uma crítica que é ao mesmo tempo
epistemológica e política.

O autor demonstra, com clareza teórica e sofisticação metodológica, como o discurso opera como campo de forças, como prática que incide sobre o real, instaurando verdades e apagando dissensos.

Ao longo dos capítulos, o autor percorre um amplo espectro temático, abordando desde o discurso político-midiático palmense até questões de gênero, raça, religião, segurança e educação, sempre com um olhar atento às articulações entre linguagem, poder e subjetivação. Em sua análise da matéria sobre a gestão do prefeito Eduardo Siqueira Campos, por exemplo, evidencia-se a tensão entre discursos de matriz populista e burocrática, em uma tessitura que revela as disputas pela legitimidade do poder local.

Já no estudo sobre a cobertura midiática da premiação do humorista Paulo Vieira, o autor desvela as estratégias de apagamento e a constituição de uma narrativa meritocrática que desconsidera as estruturas desiguais de acesso e visibilidade.

Cada capítulo atua como uma espécie de laboratório analítico em que o discurso é dissecado com precisão quase cirúrgica. Ao tratar da transparência pública, da militarização das escolas, das desigualdades de gênero, ou das representações raciais em eventos escolares, o autor não apenas interpreta o enunciado — ele o historiciza, o tensiona, o coloca em confronto com outros saberes e práticas que lhe dão sustentação ou resistência. Assim, a obra adquire também um valor pedagógico: ela ensina a ler o discurso em sua densidade política e histórica, a perceber o que está em jogo quando se fala — e, sobretudo, quando se cala.

Há ainda um mérito estético e ético que perpassa todo o texto: a escrita é ao mesmo tempo rigorosa e sensível, crítica e generosa, marcada por um compromisso com a escuta atenta das vozes que se fazem presentes e, principalmente, daquelas que são silenciadas nos discursos hegemônicos. A análise não se contenta em descrever — ela interpela, provoca, desloca certezas. O autor convida o leitor a sair do conforto da interpretação neutra para adentrar um território de disputa, onde a linguagem é sempre atravessada por interesses, ideologias e estratégias de subjetivação.

Arqueogenealogias do Discurso do Norte não é apenas um livro sobre o Tocantins — é uma lente afiada para se pensar o Brasil. Ao examinar discursos locais, o autor ilumina estruturas mais amplas que operam em escala nacional, revelando como os jogos de saber-poder se atualizam nas narrativas que permeiam o cotidiano, especialmente nas regiões historicamente periféricas no imaginário nacional.

Nesse sentido, a obra contribui decisivamente para uma descentralização epistemológica: ela mostra que há pensamento potente, crítico e inovador vindo do Norte, e que esse pensamento tem muito a ensinar sobre os modos como o discurso se entrelaça com a vida social. Como disse a prefaciadora, querida amiga do autor deste livro, a quem ele agradece publicamente o gentil texto de abertura, boa leitura a todos!

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Investigação
Homem suspeito de aplicar golpes contra 14 proprietários de veículos no Tocantins é preso

Ele recebia veículos para serviços de manutenção ou reparos, mas se apropriava dos bens e desaparecia, revendendo-os a terceiros

Eletricidade
Tocantins é 6° estado do país em continuidade do fornecimento de energia elétrica

Pesquisa da Aneel avalia empresas com mais de 400 mil unidades consumidoras, e desde 2018 a Energisa Tocantins tem se destacado nas primeiras colocações deste ranking

Feriado prolongado
Governo do Tocantins antecipa feriado com ponto facultativo na quinta-feira,17

Com a medida, os servidores públicos estaduais terão cinco dias de folga

Economia
Guerra comercial entre EUA e China pode render R$ 95 milhões ao Tocantins

A avaliação é de um estudo do Núcleo de Estudos em Modelagem Econômica e Ambiental Aplicada (Nemea) da UFMG

Feminicídio
Delvânia Campelo morre após 21 dias internada; caso é reclassificado como feminicídio

A assistente social Delvânia Campelo da Silva, de 50 anos, teve a morte encefálica confirmada às 14h40 desta sexta-feira (11), após permanecer 21 dias internada em estado grave no Hospital Geral de Palmas (HGP). Ela não resistiu aos ferimentos causados por uma tentativa de feminicídio ocorrida em Caseara, na região oeste do Tocantins.

Delvânia foi agredida no dia 22 de março, em uma propriedade rural, e desde então estava na UTI. Segundo a Polícia Civil, o autor do crime é o ex-vice-prefeito de Caseara, Gilman Rodrigues da Silva, de 47 anos.

De acordo com o inquérito, a motivação teria sido ciúmes e atitudes possessivas. O agressor teria utilizado o cabo de um rodo para atingir a vítima, principalmente na região da nuca, provocando ferimentos graves que a deixaram inconsciente.

Durante o ataque, Delvânia conseguiu enviar mensagens de áudio e imagens em um grupo de WhatsApp pedindo ajuda. O suspeito, na sequência, também enviou mensagens tentando minimizar a situação e impedir a ação de terceiros.

Gilman fugiu após o crime e se apresentou à polícia três dias depois, na cidade de Paraíso do Tocantins, acompanhado de advogado. Em depoimento, alegou legítima defesa — versão que, segundo a polícia, não se sustenta diante das evidências. Diante da gravidade do caso e do histórico de violência, a Justiça decretou sua prisão preventiva. Ele permanece detido na Unidade Penal de Paraíso.

Gilman, apontado como autor das agressões - Foto: Arquivo Pessoal

Com a confirmação da morte encefálica, o caso, inicialmente tratado como tentativa de feminicídio, passou a ser investigado como feminicídio consumado.

Doação de órgãos

A família de Delvânia autorizou a doação de órgãos, decisão que, segundo os parentes, reflete a trajetória da assistente social, conhecida pelo trabalho em defesa de causas sociais e pelo cuidado com o próximo. O processo de captação pode durar até 36 horas e informações sobre o velório serão divulgadas posteriormente.

Autoridades lamentam

O caso de Delvânica repercutiu no Tocantins e contou com manifestações de amigos e familiares tanto em eventos oficiais, como a inauguração da Casa da Mulher Brasileira, em Palmas, quanto nas redes sociais. Confira abaixo as notas de pesar oficiais publicadas:

Secretaria de Estado da Mulher

É com imenso pesar que a Secretaria de Estado da Mulher recebe a notícia do falecimento de Delvânia Campelo da Silva, de 50 anos, vítima de uma brutal tentativa de feminicídio ocorrida no município de Caseara, no dia 22 de março.

Delvânia estava internada em estado grave na UTI do Hospital Geral de Palmas (HGP), após sofrer espancamentos violentos que resultaram em múltiplas fraturas na cabeça. Nesta sexta-feira, 11, infelizmente, sua luta chegou ao fim.

Delvânia não é estatística. É grito sufocado, é urgência, é memória viva da brutalidade que precisa parar. Seu nome agora ecoa como um chamado à Justiça e à responsabilidade coletiva de proteger cada mulher deste estado.

A Secretaria da Mulher lamenta profundamente esta perda e se solidariza com os familiares, amigos e toda a sociedade tocantinense que se comoveu com o caso. O feminicídio é a expressão mais cruel da desigualdade de gênero e reforça a urgência de ações efetivas de combate à violência contra a mulher em todas as suas formas.

Deputada estadual Vanda Monteiro

É com profundo pesar e indignação que nos despedimos de Delvania Campelo, moradora de Caseara. Del, era uma mulher guerreira, e infelizmente foi mais vítima da cruel e persistente violência contra a mulher. Delvania foi brutalmente espancada por seu ex-parceiro, enfrentou com coragem a dura batalha pela vida, mas agora descansa nos braços do Pai.

Neste momento de dor, nos solidarizamos com os familiares e amigos, oferecendo nossas mais sinceras condolências.

Reafirmamos nosso compromisso de lutar por justiça, por Delvania e por todas as mulheres vítimas da violência no Tocantins. Que sua partida não seja em vão e que sua memória inspire a mudança urgente que nossa sociedade tanto precisa.

Deputado federal Ricardo Ayres

O falecimento de Delvânia causa revolta. Uma mulher vítima do machismo enraizado, vítima de uma violência brutal, que lutou bravamente por sua vida após ser espancada por seu então namorado — agora assassino. Sua partida nos causa dor e, acima de tudo, reforça a urgência de combater a violência contra a mulher com firmeza, celeridade e justiça.

Delvânia não foi apenas mais um número nas estatísticas. Era filha, amiga, cidadã, e teve sua dignidade e seu direito à vida violados. Que sua memória sirva como um chamado à responsabilidade de todos nós — do poder público, da sociedade e das instituições — para garantir que nenhuma mulher seja silenciada, agredida ou esquecida.

Senador Eduardo Gomes

Com pesar lamento o falecimento de Delvânia Campelo da Silva, vítima de uma tentativa de feminicídio. Externo meus sentimentos aos familiares e amigos.

Sua partida levanta reflexão e demonstra a necessidade de combate a todos os tipos de violência contra as mulheres e ao feminicídio. Reafirmo meu compromisso com essa luta que deve ser de toda sociedade e órgãos.

Governador Wanderlei Barbosa

Com imensa tristeza, recebi a notícia do falecimento de Delvânia Campelo da Silva, na noite desta sexta-feira, 11. Vítima de feminicídio, Delvânia parte precocemente aos 50 anos, deixando não apenas as lembranças da mulher forte que era, mas também a urgente necessidade de agirmos com ainda mais firmeza pela segurança das mulheres tocantinenses.

Desde o início deste caso brutal, determinei todas as providências, tanto por parte da equipe multidisciplinar que a atendeu no Hospital Geral de Palmas, como da Polícia Civil para a apuração do crime e punição do culpado por parte da Justiça.