Silvio Almeida é demitido por Lula após denúncias de assédio sexual
06 setembro 2024 às 22h05
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O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi demitido nesta sexta-feira após a organização Me Too Brasil receber denúncias de assédio sexual contra ele. Almeida nega as acusações, chamando-as de “ilações absurdas”. Segundo o Palácio do Planalto, o presidente Lula decidiu afastá-lo devido à gravidade das denúncias. O caso está sendo investigado pela Polícia Federal e pela Comissão de Ética da Presidência.
Em nota, Silvio Almeida afirmou ter solicitado que órgãos como a Controladoria-Geral da União (CGU), o Ministério da Justiça e a Procuradoria-Geral da República (PGR) investiguem o caso com rigor. Ele também acionou judicialmente a Me Too Brasil, pedindo que esclareça os procedimentos seguidos antes de divulgar a denúncia.
Em entrevista, Lula destacou que casos de assédio são inaceitáveis em seu governo, embora Almeida tenha o direito de se defender. A demissão foi formalizada após uma reunião entre o ministro e o presidente no Palácio do Planalto.
O caso ganhou destaque após a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, relatar ter sido assediada por Almeida. Segundo o site Metrópoles, o ministro teria tocado na perna de Anielle e feito comentários inapropriados. Uma nova acusação surgiu quando a professora Isabel Rodrigues publicou um vídeo afirmando ter sido vítima de Almeida há cinco anos.
O governo abriu uma investigação interna, com a Comissão de Ética da Presidência determinando que Almeida tenha dez dias úteis para responder às acusações.
Os relatos de assédio começaram a circular no gabinete presidencial em 2023, quando o nome de Almeida era cogitado para o Supremo Tribunal Federal (STF).