O Governo do Tocantins obteve apenas 69,45% de índice de transparência na avaliação do Radar da Transparência, feito pela Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), por meio do Programa Nacional de Transparência Pública (PNTP), ficando na classificação “Intermediário”. O desempenho foi o pior entre os estados do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e o segundo pior na Região Norte, superando apenas o Pará, que registrou 58,21%.

No Matopiba, o Maranhão liderou com 95,37%, conquistando o selo “Diamante”, seguido pelo Piauí com 90,55% e Bahia com 87,17%, ambos no nível “Ouro”. O Tocantins, com 69,45%, ficou muito abaixo de seus vizinhos, consolidando-se como o estado com o pior desempenho em transparência pública na região.

Na Região Norte, o Tocantins também teve uma posição ruim, sendo superado por Rondônia (98,92%), Amazonas (96,69%), Amapá (97,15%) e Roraima (92,17%), que garantiram os níveis “Diamante” e “Ouro”. Apenas o Acre, com 73,02%, compartilha a mesma classificação “Intermediário”, enquanto o Pará apresentou o desempenho mais baixo, com 58,21%.

O Radar da Transparência avalia critérios como receitas, despesas, licitações, contratos, obras e acessibilidade, entre outros, agrupados em três níveis: essenciais (de cumprimento obrigatório), compulsórios (exigidos por lei) e recomendados (práticas de boa gestão). Estados que não atendem integralmente os critérios essenciais, como o Tocantins, correm o risco de comprometer a transparência pública, dificultando o controle social.

Comparação com outros estados

Outros estados da Amazônia Legal, como Rondônia e Amazonas, alcançaram níveis de excelência, demonstrando que mesmo com desafios econômicos é possível atingir altos índices de governança. Já o desempenho do Tocantins levanta preocupações sobre o comprometimento do estado em garantir transparência nos gastos públicos e na prestação de contas.

Com um desempenho abaixo da média nacional, o Tocantins tem o desafio de avançar na implementação de medidas que garantam maior transparência. A baixa pontuação em critérios essenciais pode prejudicar a confiança da população e a imagem institucional do governo estadual, além de limitar o acesso a recursos federais condicionados ao cumprimento de padrões de transparência.

Aleto e TJTO

Além do desempenho intermediário do Governo do Estado, outras instituições do Tocantins também apresentaram índices ainda menores de transparência no Radar do PNTP. A Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto) alcançou apenas 34,27%, sendo classificada no nível Básico, enquanto o Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO) obteve 39,09%, também no nível Básico.

Esses dados, somados aos recentes escândalos de suspeitas de corrupção no estado, como a contratação do empresário que é investigado no âmbito da operação, tanto pela Aleto, quanto por pelo governo do Estado, acendem um sinal de alerta, sobretudo aos empresários que desejam investir no Tocantins.

Leia também:

Polícia Federal apreende R$67 mil em endereços do governador 

Chefe de gabinete do governador e servidores investigados pela Operação Fames-19 são exonerados