Por Elâine Jardim

Evento acontece na Praça dos Girassóis, em Palmas, entre os dias 28 de fevereiro e 4 de março, com shows gratuitos e programação para todos os públicos

Medida provisória estabelecerá políticas públicas, programas de controle populacional e um fundo municipal para financiamento das ações

Dirigente da Ordem afirmou que essa será a melhor gestão da história da Ordem tocantinense

Confira novas apostas e figuras conhecidas que podem concorrer para deputado estadual pela capital nas próximas eleições

Segundo a denúncia, o plano incluía “minuciosas atividades” e tinha como foco “neutralizar” o Supremo Tribunal Federal

Medida é tomada para amenizar colapso da estrutura ocorrido no ano passado

Gestor disse à reportagem que então candidatos utilizaram prestígio da gestão que tinha “grande aprovação”

Na entrevista ao Jornal Opção Tocantins desta semana, o secretário executivo da Ação Social de Palmas comenta os desafios da nova gestão na assistência social, destacando a criação de novos programas, como o Passageiro do Futuro, e a reestruturação de serviços essenciais

O recente episódio envolvendo o prefeito de Colinas do Tocantins, Josemar Carlos Casarin (UB), e a vereadora Naiara Miranda (MDB) escancara uma realidade antiga, mas ainda presente: quando uma mulher se impõe, a resposta costuma vir na forma de ameaça e intimidação. Ao declarar-se independente na Câmara, Naiara Miranda exerceu um direito político fundamental. No entanto, a reação do prefeito mostrou que, para alguns, mulheres não podem ocupar espaços de decisão sem serem subjugadas ou vistas como uma ameaça.
A frase "Tu te prepara que aqui a bala pega", dita por Casarin, não é apenas um desabafo caloroso no meio de um debate político. Ela carrega um peso simbólico enorme: a tentativa de calar uma mulher por meio do medo. Não é coincidência que, historicamente, tantas mulheres sejam desencorajadas a entrar na política ou a se posicionar de forma autônoma. Quando o fazem, são tratadas como insolentes, rebeldes ou, como no caso de Naiara, como inimigas.
O fato de a vereadora ter ficado abalada ao ponto de chorar também reflete o peso dessa violência simbólica. Políticos trocam farpas o tempo todo, mas a diferença aqui está no tom e no contexto. Uma mulher que ousa romper com a cartilha da subserviência ainda precisa se preparar para resistir a ataques argumentativos e sempre a investidas que buscam desestabilizá-la emocionalmente.
Felizmente, o caso gerou reação. Alguns políticos manifestaram apoio à vereadora, demonstrando que a sociedade não tolera mais esse tipo de postura. No entanto, é curioso notar que, até o momento, não há pedidos formais de investigação ou punição para o prefeito. A solidariedade é necessária, mas de pouco adianta se não for acompanhada de ações concretas.
Este caso é um reflexo do que acontece não só na política, mas em diversos espaços da sociedade. Mulheres que se impõem no trabalho, na família ou em qualquer ambiente de poder frequentemente enfrentam retaliações. Seja através de ameaças explícitas, como no caso de Casarin, ou de formas mais sutis, como o descrédito e a desqualificação, a mensagem subjacente é sempre a mesma: "volte para o seu lugar".
Mas o que esse caso também nos ensina é que o medo não pode nos silenciar. Cada vez que uma mulher se recusa a se calar, cada vez que recebe apoio e continua sua luta, a estrutura machista e autoritária se fragiliza um pouco mais. O caminho ainda é longo, mas episódios como esse mostram que as mulheres não estão sozinhas. E que, mesmo com medo, é preciso falar.

Estado recebeu R$ 680 milhões em emendas no ano passado e ocupa a 25ª posição no ranking nacional de volume total de recursos